domingo, 20 de junho de 2010

Disse que me disse:

Uma questão já abordada em várias discussões de estudiosos da arquitetura, cuja presença é facilmente observada no cotidiano e no ambiente, é a apropriação alternativa dos espaços arquitetônicos. Sendo estes espaços entendidos como todas as edificações construídas com prévio planejamento, tornam-se alternativos os usos que divergem significativamente das possibilidades pensadas na fase de projeto, onde as características do espaço já são calculadas pensando nas atividades a serem ali realizadas.
Nos espaços intensamente urbanizados das metrópoles, onde as edificações ocupam um espaço físico e de importância funcional muito grande, estas apropriações alternativas tornam-se mais freqüentes e ganham uma significância maior. Além de refletir necessidades funcionais do cotidiano social, tornam-se expressões da cultura popular. Citarei aqui alguns exemplos deste fenômeno que me chamam muito a atenção e com os quais me identifico, presentes na cidade de Belo Horizonte:

O Grafite:



Esta arte urbana, que transforma um muro ou outros espaços antes subutilizados em telas de arte ao ar livre, tem crescido muito em BH, o que pode ser observado principalmente no centro, mas também em bairros periféricos da capital. A qualidade estética dos trabalhos extingue completamente o argumento de alguns que ainda insistem em recriminar o grafite, equiparando-o a pixação. Aqui são algumas fotos de grafites do centro de BH.

Mais informações sobre grafite em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Grafite_(arte)

O Skate:


Como um esporte que nasceu nas ruas, desde o início ele usou de espaços que não eram pensados para serem pistas exclusivas para o esporte. Com a evolução das técnicas, evoluíram também as apropriações das construções como obstáculos para realização das manobras. Hoje em dia, ainda com a existência de várias pistas para a prática, o esporte ainda é intensamente praticado nos chamados “picos” da cidade, que podem ser escadarias, corrimãos, rampas de acesso, paredes inclinadas, blocos com cantoneiras, ou qualquer construção que possa ser utilizada para realizar manobras. Nos vídeos de skate, as manobras em “picos” são as mais numerosas e mais admiradas, pelo próprio fato de transformar em obstáculo para skate o que não foi pensado para isso, envolvendo aí a criatividade do skatista. Em BH, onde o esporte já é amplamente divulgado, do qual também sou praticante, há vários picos famosos, dentre eles o mais frequentado é a Praça 7 de setembro.
O mesmo que acontece no skate acontece no Patins In-line e Bike BMX, outros esportes radicais praticados nas cidades.

Assita aqui um vídeo do Miguel, skatista amador de BH:

http://www.youtube.com/watch?v=a0DU05KQpV0

O Le Parkour:




O Le parkour _ que em francês, que significa “o percurso” _ é um atividade física surgida na frança na década de 90, consiste em usar de técnicas para percorrer percursos com quaisquer obstáculos da forma mais rápida e eficiente possível. Muros, escadas, corrimãos, postes, bancadas, mesas, são ultrapassados de formas diferentes das pensadas inicialmente, ganhando velocidade e diminuindo o tempo do percurso. Esta atividade, da qual também sou praticante, ultrapassa os limites impostos nas edificações ao criar outras formas de acesso a locais, conquistadas com a agilidade e força do traceurs _praticante de Parkour_. Nos últimos anos, o Parkour se difundiu amplamente em BH, conquistando vários adeptos, que costumam organizar-se em grupos chamados de “clans”, dos quais o de maior expressão em BH chama-se PKMAX, um dos principais responsáveis pela difusão do Parkour em BH. Leia mais a respeito em:

http://www.abpk.com.br/

E assista aqui um vídeo de David Belle, o criador do Le parkour, em um trecho do filme B13, o 13° distrito, do qual foi protagonista:

http://www.youtube.com/watch?v=_GpOroM0g80

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