sexta-feira, 28 de maio de 2010

Arquigram Archival Project - Harlow Housing Competition

No site http://archigram.westminster.ac.uk/ estão apresentados vários trabalhos do grupo de arquitetos Arquigram, que atuou entre 1961 e 1974, e ainda hoje é fonte de inspiração crítica para muitos arquitetos da geração atual.
Dentre estes trabalhos, encotra-se o projeto realizado para o Harlow Houses Competition, onde o Harlow Development Corporation convidou arquitetos para apresentar projetos de casas e apartamentos a serem construídos num local do bairro de Passmores, em Harlow, distrito do condado de Essex, Inglaterra.
O site não possui muitos textos explicativos sobre o projeto e os conceitos aplicados na sua criação, contando com apenas cinco imagens do projeto. Contudo, ainda assim é possível observar na planta a dinâmica estrutural adotada pelos arquitetos da Arquigram em sua proposta. Diferente do que pode-se esperar de um projeto para um condomínio residêncial de casas, a organização não foi planejada segundo uma grade alinhada em ângulos retos, com formatos repetitivos de residências e demais espaços funcionais, como comumente observa-se nas tendências das grandes construtoras, onde objetivam o aproveitamento pragmático do espaço e aumento dos lucros. Eles moldaram um alinhamento orgânico das residências, que diferenciavam entre si, mas mantendo um elo harmonioso de estilo. As linhas de enquadramento dos lotes são sinuosas, chegando a assemelhar-se com um aglomerado de casas de um bairro sem plejamento prévio, distânciando-se da imagem dura dos complexos urbanos metropolitanos ou industriais.
Apesar da ótima idéia, o projeto não foi selecionado para premiação do concurso.









quarta-feira, 26 de maio de 2010

USO ALTERNATIVO DAS RUAS

Falar em uso alternativo das ruas tem significado, atualmente, falar de usos diversos ao de transporte. Visto deste prisma, entende-se o transporte como uma atividade principal e primária nos espaços entendidos como ruas. Contudo, o transporte não foi necessáriamente desenvolvido anteriormente à outras atividades humanas, mas sim em conjunto com elas, possibilitando-as, em uma dinâmica funcional onde os diversos usos das ruas compartilham suas importâncias.
A característica da rua de ser um espaço de livre acesso, conector entre os espaços privados, faz com que a liberdade de apropriação alcance limites muito mais abraangentes, quase inexistentes. Bem por isso que já há muito tempo que inúmeras outras práticas além do transporte de pessoas e objetos utilizam-se do território das ruas. No entanto, com o passar dos anos e com o aumento da urbanização das cidades, que traz consigo um planejamento delimitante dos espaços das cidades, as ruas passaram a ter seu uso restringido por determinantes materiais e legislativas, principalmente nos grandes centros urbanos. Nestes, as ruas desempenham fundamentalmente um papel de transporte rápido, devido ao cotidiano local, enquanto os usos diversificados permanessem mais presentes nos bairros periféricos, onde o tráfico pouco intenso e os hábitos populares locais propiciam estas ações.
Apesar de tudo, pode-se observar que, mesmo nas grandes avenidas movimentadas das metrópoles, sobrevive o impluso popular de apropriação das ruas, seja por vendedores ambulantes, lavadores de carros, publicitários, artistas, etc, de formas mais ou menos inusitadas. Um exemplo disto em Belo Horizonte é o "Quarteirão do Soul". Neste local, localizado na rua dos Goitacazes, na região central da cidade, pessoas reunem-se aos sábados para montarem uma pista improvisada de dança na própria rua, embaladas ao ritmo da Black music. E este evento singular, que reúne todo tipo de gente, começou quando um lavador de carros começou a ligar o som do rádio e dançar naquele local. Mais informações podem ser vistas em http://smackup.wordpress.com/2009/05/23/soul-mais-soul/ .