sábado, 3 de julho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Disse que me disse:
Disse que me disse:
domingo, 20 de junho de 2010
Disse que me disse:
Nos espaços intensamente urbanizados das metrópoles, onde as edificações ocupam um espaço físico e de importância funcional muito grande, estas apropriações alternativas tornam-se mais freqüentes e ganham uma significância maior. Além de refletir necessidades funcionais do cotidiano social, tornam-se expressões da cultura popular. Citarei aqui alguns exemplos deste fenômeno que me chamam muito a atenção e com os quais me identifico, presentes na cidade de Belo Horizonte:
O Grafite:
Esta arte urbana, que transforma um muro ou outros espaços antes subutilizados em telas de arte ao ar livre, tem crescido muito em BH, o que pode ser observado principalmente no centro, mas também em bairros periféricos da capital. A qualidade estética dos trabalhos extingue completamente o argumento de alguns que ainda insistem em recriminar o grafite, equiparando-o a pixação. Aqui são algumas fotos de grafites do centro de BH.
Mais informações sobre grafite em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grafite_(arte)
O Skate:
Como um esporte que nasceu nas ruas, desde o início ele usou de espaços que não eram pensados para serem pistas exclusivas para o esporte. Com a evolução das técnicas, evoluíram também as apropriações das construções como obstáculos para realização das manobras. Hoje em dia, ainda com a existência de várias pistas para a prática, o esporte ainda é intensamente praticado nos chamados “picos” da cidade, que podem ser escadarias, corrimãos, rampas de acesso, paredes inclinadas, blocos com cantoneiras, ou qualquer construção que possa ser utilizada para realizar manobras. Nos vídeos de skate, as manobras em “picos” são as mais numerosas e mais admiradas, pelo próprio fato de transformar em obstáculo para skate o que não foi pensado para isso, envolvendo aí a criatividade do skatista. Em BH, onde o esporte já é amplamente divulgado, do qual também sou praticante, há vários picos famosos, dentre eles o mais frequentado é a Praça 7 de setembro.
O mesmo que acontece no skate acontece no Patins In-line e Bike BMX, outros esportes radicais praticados nas cidades.
Assita aqui um vídeo do Miguel, skatista amador de BH:
http://www.youtube.com/watch?v=a0DU05KQpV0
O Le Parkour:
O Le parkour _ que em francês, que significa “o percurso” _ é um atividade física surgida na frança na década de 90, consiste em usar de técnicas para percorrer percursos com quaisquer obstáculos da forma mais rápida e eficiente possível. Muros, escadas, corrimãos, postes, bancadas, mesas, são ultrapassados de formas diferentes das pensadas inicialmente, ganhando velocidade e diminuindo o tempo do percurso. Esta atividade, da qual também sou praticante, ultrapassa os limites impostos nas edificações ao criar outras formas de acesso a locais, conquistadas com a agilidade e força do traceurs _praticante de Parkour_. Nos últimos anos, o Parkour se difundiu amplamente em BH, conquistando vários adeptos, que costumam organizar-se em grupos chamados de “clans”, dos quais o de maior expressão em BH chama-se PKMAX, um dos principais responsáveis pela difusão do Parkour em BH. Leia mais a respeito em:
http://www.abpk.com.br/
E assista aqui um vídeo de David Belle, o criador do Le parkour, em um trecho do filme B13, o 13° distrito, do qual foi protagonista:
http://www.youtube.com/watch?v=_GpOroM0g80
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Arquigram Archival Project - Harlow Housing Competition
Dentre estes trabalhos, encotra-se o projeto realizado para o Harlow Houses Competition, onde o Harlow Development Corporation convidou arquitetos para apresentar projetos de casas e apartamentos a serem construídos num local do bairro de Passmores, em Harlow, distrito do condado de Essex, Inglaterra.
O site não possui muitos textos explicativos sobre o projeto e os conceitos aplicados na sua criação, contando com apenas cinco imagens do projeto. Contudo, ainda assim é possível observar na planta a dinâmica estrutural adotada pelos arquitetos da Arquigram em sua proposta. Diferente do que pode-se esperar de um projeto para um condomínio residêncial de casas, a organização não foi planejada segundo uma grade alinhada em ângulos retos, com formatos repetitivos de residências e demais espaços funcionais, como comumente observa-se nas tendências das grandes construtoras, onde objetivam o aproveitamento pragmático do espaço e aumento dos lucros. Eles moldaram um alinhamento orgânico das residências, que diferenciavam entre si, mas mantendo um elo harmonioso de estilo. As linhas de enquadramento dos lotes são sinuosas, chegando a assemelhar-se com um aglomerado de casas de um bairro sem plejamento prévio, distânciando-se da imagem dura dos complexos urbanos metropolitanos ou industriais.
Apesar da ótima idéia, o projeto não foi selecionado para premiação do concurso.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
USO ALTERNATIVO DAS RUAS
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Comentário sobre as edições n° 1 e 19 do Jornal Manuelzão
Contando também com reportagens sobre eventos relacionados, como reuniões políticas ou movimentos populares, o jornal demonstra partes da presente situação sociopolítica envolvida nas questões relacionadas ao Projeto Manuelzão.
Vale destacar o artigo “Saúde não é problema só de médico”, do editorial, pág. 2, onde um importante questionamento sobre o tratamento da saúde da população é levantado. Segundo o autor, o problema da saúde não deve ser resolvido ou prevenido unicamente com tratamentos médicos, mas promovendo uma melhoria na qualidade de vida da sociedade. Este processo deve integrar não somente a implantação de serviços de atendimento e acompanhamento médico, mas uma atuação governamental que possibilite que o panorama socioeconômico das comunidades possa desenvolver-se, evoluindo a níveis ao menos próximos aos idealizados para uma sociedade igualitária e atenta à qualidade do meio ambiente.
A edição do jornal informativo de n° 19, de julho de 2002, agora já no seu 5° ano de publicação, apresenta outro layout e foco jornalístico diferente da primeira edição. É interessante observar que, ao passar dos anos, desde a criação e início do funcionamento do Projeto Manuelzão, suas ações geraram frutos no ambiente natural e sociopolítico, consequências estas que hoje são demonstradas nesta edição, que possui várias reportagens noticiando vários acontecimentos em diversas cidades mineiras, tais como Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Nova União, Prudente de Morais, Funilândia, Jequitibá, entre outras, onde iniciativas para recuperação e/ou tratamento de cursos de água, solo e vegetação têm comprovado a idéia defendida por Olegário Alfredo, autor do artigo apresentado na Pág.2 do editorial do jornal. Neste texto, retirado do livro “Como se tece uma manhã”, ele argumenta que a consciência ambiental tem mudado na sociedade atual, e podemos ver o reflexo disto no contexto sociopolítico de atuação no meio ambiente.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Pré-amostra do projeto de intervenção no espaço do Ribeirão Arrudas
O Arrudas como símbolo presente cotidianamente na vida do cidadão belo-horizontino merece, sem dúvidas, uma atenção especial, tanto para resolução de seus problemas, quanto para promoção de sua valorização e interação com a sociedade.
A intervenção a ser realizada possui o objetivo de destacar, além do lazer que o rio e a área em torno pode proporcionar, a parte funcional, o escoamento hídrico e residual, que é a sua principal função dentro da cidade.
A intervenção consiste nas seguintes mudanças: em princípio, o Arrudas como vemos será isolado em toda a sua extensão e por cima deste será construído um “caminho artificial” por onde passará um “novo Arrudas”, mais tratado e limpo que valorizará a estética da obra. O pequeno espaço já reservado para a prática de atividades físicas como caminhada, cooper e ciclismos será modificado e prolongado por toda a extensão do rio, graças a uma passarela construída sobre as margens deste e acima do nível da rua, proporcionando assim uma interação harmoniosa entre cidadão e o Arrudas, promovendo a contemplação ao longo do percurso. Os lados dessa passarela serão interligados equidistantemente por praças/pontes que terão tanto o objetivo de transposição quanto de observação do rio, ou mesmo como área de descanso.
A construção dessa passarela irá proporcionar um ganho de espaço considerável na pista já fechada para o trânsito de veículos localizada na Av. dos Andradas, nas proximidades dos bairros Sta.Tereza e Sta.Efigênia, o que contribui para a construção de uma grande área de lazer e interação social por toda esta extensão.
Esta área será constituída de a acordo com as necessidades sociais, composta por grandes praças com quadras poliesportivas, playground, bancos e, principalmente, banheiros públicos que é a grande carência para os que transitam por Belo Horizonte. Além disto, serão construídos espaços multiusos para uma ocupação flexível de acordo com as vontades da população, como a realização de shows, feiras, teatros e etc. Áreas verdes estarão dispostas ao longo deste espaço entre essas grandes praças, formando um grande parque natural aberto ocupando o papel de mata ciliar do ribeirão. Nas passarelas de caminhada serão construídos platôs reservados à exposição obras artísticas diversas.
O objetivo desta intervenção de revitalização é de promover a valorização e possibilitar uma melhor forma de apropriação usual do espaço que a cidade proporciona, tornando lugares isotópicos, neutros ou mesmo não-lugares em espaços heterotópicos, buscando nas utopias inspiração para realizar a melhor interação entre pessoas e lugares.
sábado, 10 de abril de 2010
Trabalho de intervenção/revitalização no trecho do Ribeirão Arrudas
Visão panorâmica pós intervenção
quarta-feira, 31 de março de 2010
Ônibus Anfíbios - Eles flutuam na água andam nas ruas da Cidade
"Anfibônibus"
Os automóveis anfíbios ou "anfibônibus" são motivo de emplogação hoje me dia. Isto é particularmente evidente no setor do turismo em todo o mundo. Já não se parecem com os velhos exemplares utilizados na 2 ª Guerra Mundial para uso militar. Substituindo estes, os veículos de assalto anfíbio DUKW, os novos são uma variedade de século 21.
Esse tipo de transporte já é visto em locais como Ottawa, Montreal, Toronto, Halifax, Glasgow, Roterdã, Budapeste, Londres, Malta, Liverpool, Singapura, San Francisco, Boston, Austin, Filadélfia, Coréia, Japão, Dubai e em outros lugares ao redor do globo.
domingo, 28 de março de 2010
Trabalho prático prof. Hamilton: "Utopias, heterotopias e Isotopias em Belo Horizonte", com as imagens do "garimpo".
Para construir uma análise do tema proposto, faz-se necessário primeiramente concretizar um conceito sobre os significados de Isotopias, heterotopias e utopias dentro do campo em questão, a saber, a cidade em que vivemos.
Entendida a cidade como um estabelecimento de edificações e usos dentro de um espaço, mesmo que não precisamente delimitado, podemos situar as “topias” no plano material (edificações) e virtual (usos). Isotopia remete-se á semelhança, planificação ou conexão aparente entre a identidade de um ou mais espaços ou a forma de apropriação deles. Opostamente, heterotopia representa a expressão das diferenças, distâncias e particularidades existentes entre as citadas esferas da habitação (edificação e uso). Já utopia, como representante do objeto não existente no plano material, mas somente no conjunto das idéias humanas, conforma-se a partir do desejo de existência física deste espaço imaginário, ou mesmo das possibilidades oferecidas por ele a serem incorporadas no esquema já existente no presente.
Antes também de discutir estes conceitos sobre “topias” na cidade em tela, Belo Horizonte, estudaremos um pouco a história de sua conformação.
Belo Horizonte, a primeira cidade planejada do país, foi inaugurada em 1897, composta por uma arquitetura contemporânea e eclética com relevante influência da “belle epóque” européia.
Contrastando com a solidez natural das montanhas, a rigidez humana dos edifícios instalou-se definitivamente e, em meados da década de 30, foi iniciado o processo de verticalização da cidade. Fato este, juntamente com várias mudanças que sofria a cidade, que desencadeou um acelerado crescimento urbano. Dessa maneira, Belo Horizonte foi aos poucos adquirindo características dignas de uma metrópole, fonte de desenvolvimento e instalação da mão-de-obra humana que alimentava o setor industrial.
Hoje, no séc. XXI, Belo Horizonte ainda se mostra em formação e mutação, ou seja, o que antes era um espaço homogêneo tem se tornado heterogêneo e vice-versa, conforme a necessidade do desenvolvimento da cidade.
Ao sairmos pelas ruas de Belo horizonte, notamos que os espaços se diferem, se sobrepõem ou mesmo simplesmente mudam de perspectiva conforme a interpretação ou a forma que é usada pelo observador.
As ruas e avenidas do centro da cidade podem ser consideradas espaços isotópicos, onde a presença das linhas retas são comumente utilizadas e diferem-se somente pelas suas distâncias. Outros exemplos destes espaços são as estações metroviárias e rodoviárias, que também são espaços basicamente monofuncionais. Em contrapartida, a de se notar as praças e parques da cidade, locais que por suas particularidades são caracterizados como heterotópicos, pois se diferem tanto usualmente quanto visualmente dos outros espaços. Como exemplo a Praça Sete de Setembro, Praça da Liberdade, Parque Municipal, Parque da Gameleira, dentre outros. Há locais que se confundem como os shoppings centers, que podem ser considerados como heterotópicos pela sua distinção perante a cidade, como também isotópicos pelas suas estruturas padronizadas.
Em outros locais ocorre uma mudança momentânea, como a Av. Afonso Pena, que em um dia da semana, domingo, deixa de ser um espaço isotópico para dar lugar a feira de artesanato conhecida como Feira Hyppie, tornando-a assim um espaço heterotópico. Já nos edifícios conhecidos como “Torres Gêmeas”, localizados no bairro Santa Tereza, a mudança foi definitiva. Um par de prédios destinados a serem ocupados de forma lícita logo tornar-se-iam um espaço isotópico, contudo isso não ocorreu. Ainda inacabada, a obra foi ocupada por sem-tetos. Sua fachada em tijolos à vista e a forma como é utilizado contrasta com a região tornando esses monumentos um espaço heterotópico em sua região.
Como espaços utópicos, onde a manifestação do imaginário e da demanda idealizada da população se estabelece, temos como exemplos as paredes grafitadas da cidade, principalmente no centro, e a praça sob o viaduto Santa Tereza, onde é acontece semanalmente o evento de Hip-Hop “Duelo de Mc’s”. No primeiro exemplo, o grafiteiro usa as paredes da cidade como uma galeria artística de acesso aberto ao público urbano, concretizando assim a utopia da popularização e democratização da arte na cidade. No segundo, da mesma forma, um evento realizado na praça, antigamente subutilizada, hoje leva a música a um público que, em sua maioria, não possui condições de ingresso em casas de shows particulares.
A acrescentar, é notável na cidade a presença de espaços neutros, aqueles que quase não reparamos que nos fazemos indiferentes diante deles, como alguns cruzamentos, pontes e passagens, ou seja, caminhos transitórios. Complexo de viadutos da Lagoinha, cruzamentos no centro de Belo Horizonte, dentre outros exemplos.
Portanto, como profissionais de arquitetura e urbanismo, é nosso papel nos qualificarmos de modo que não aprendamos somente a saciar as vaidades da sociedade, mas também as suas necessidades enquanto componentes de um centro urbano em constante crescimento.